Porque quando acaba, o pouco vira muito

Caminhando no tempo nossa musica começou a tocar. Nossa, sua... Aquela musica. Aquela maldita musica que me lembra de um nós que já se foi. Ou que talvez não tenha acontecido com a intensidade que meu coração sentiu. Com poucas notas da musica tudo voltou, seu sorriso, seu olhar, seu beijo, seu toque, seu cheiro; As lembranças invadiram minha mente da mesma maneira que as estrelas invadem o céu quando o sol se vai. A nostalgia crescia com a mesma intensidade da vontade de te ter em meus braços novamente. Eu só queria poder mexer nos seu lindos cachos e olhar nos seus olhos para poder dizer novamente o quanto foi bom ter te conhecido. Hoje, percebo que perdi tempo me segurando. Tudo dói, a nostalgia dói, a angústia dói, a saudade dói, a vontade dói, tua falta dói... E hoje, eu vivo de dor. Não interessa mais quantas vezes eu diga para todos que o que tivemos foi passageiro e quando acabou eu continuei bem. Estava estampando na minha testa que não gostei da ideia de colocarmos um fim nisso/naquilo/na gente. Eu odeio sua relação aberta com quase todo mundo, eu odeio sua vontade de fazer todos rirem e eu odeio o fato de você não sentir minha falta. Eu odeio não conseguir te tirar da minha cabeça e eu odeio sentir seu perfume do nada. Eu odeio... não te odiar, nem por um segundinho se quer. Eu odeio sentir raiva e ao mesmo tempo sentir vontade de correr em sua direção. Sei que nos conhecemos não faz tanto tempo e sei que ambas partes têm segredos para contar. Mas me deixa te dizer: a musica acabou e a vontade de te ter ainda vive em mim. Eu me disse várias vezes que não iria mais te escrever. E cá estou eu, te escrevendo. Escrever é quase a mesma coisa que lembrar. Lembro de esquecer mas esqueço de realmente esquecer. Mas como esquecer as coisas que me disse? Como esquecer de você me puxando e dizendo "vem cá"? Como esquecer seu sorriso e seus olhos me lendo? Como esquecer seu abraço que me tirava dessa dimensão? Eu te pergunto, como te esquecer? Logo você, que me deu tantos motivos para ser lembrado. Às vezes chego a conclusão de que fomos feitos um para o outro mas que não fomos feito para dar certo ou ficar juntos. Quase isso. Por que não coloco logo um ponto final em todas as lembranças? Creio que prefiro cativar a dor do que cativar minha vida sem você.