Te versifiquei por puro egoismo
Pois te ter em folhas
É melhor do que vê-las em branco
E me lembrar que somos assim: em branco, vazios.
Espero coisas improváveis
Quanto do tempo, quanto de ti
Espero que contigo eu ache algum rumo
Mas nada dará certo, eu presumo.
Após a partida te deixarei reticências
Para que se lembre de nossas lacunas
E me preencha enfim.
Andarei sobre essa terra que nos afasta
Sentirei o vento que me impune
E, finalmente, olharei para o céu que nos une.