Desastre psicológico

Ela precisou de um espaço para si mas acabou perdendo a noção do tempo. Ela se afastou de todos pensando que assim arrumaria a sua vida, arrumaria os erros e resolveria os seus problemas. Ela ficou totalmente sozinha e com o tempo a única coisa que a acompanhava era a solidão. Ela escrevia sem parar, pois jogava ali, numa folha branca, todas as suas agonias, seus traumas e suas lágrimas secas que já haviam cansado de cair. Ela não gostava de explicar o por quê escrevia tanto, odiava as perguntações sobre tal trecho, tal verso, tal palavra. Ninguém entendia que ela só... escrevia. Ela deixou seus sonhos de lado e não vivia mais, apenas sobrevivia em um mundo aonde não a cabia. Ela se focou no desastre e assim se elevou pela dor. Foi tomada por manias que antes julgava ridículas. Hoje, talvez, se tornou alguém que nunca seria. Ela se tornou uma bagunça tão grande que acabou se perdendo dentro de si. Se alguém a entende? Não, nem ela mesma. Isto a faz única, mas isso, só ela não vê.